sábado, 10 de março de 2007

Brasileiros vão mapear "radiador" polar

Brasileiros vão mapear "radiador" polar
Cláudio Ângelo.
Editor de Ciência da Folha de S.Paulo

O aquecimento global pode estar enguiçando o principal "radiador" do hemisfério Sul. Cientistas brasileiros descobriram indícios de que as correntes de convecção do oceano Austral, que dissipam o calor da região, estão sendo afetadas pelo derretimento de geleiras na península Antártica.
No próximo verão, eles partem para o continente gelado para investigar a extensão desse dano. O projeto, liderado por oceanógrafos do Rio Grande do Sul, é um dos sete estudos brasileiros em colaboração com grupos de outros países que integram a participação do país no Ano Polar Internacional (API).

O grupo coordenado por Carlos Alberto Eiras Garcia, da Furg (Fundação Universidade do Rio Grande), vai examinar o estado de saúde da chamada circulação termohalina austral. Ela consiste em um cinturão de correntes oceânicas que ajudam a manter o equilíbrio climático do planeta.
Esse radiador colossal funciona da seguinte forma: correntes quentes trazem o calor da zona equatorial atlântica para o pólo, dissipando-o no caminho. Na Antártida --mais especificamente no mar de Weddell-- essas correntes resfriam e ficam mais salgadas. Isso aumenta sua densidade e faz com que elas afundem, formando correntes frias submarinas que sobem rumo à América do Sul, como a das Malvinas.Além de dissipar o calor, a corrente submarina traz um bônus para a América do Sul: nutrientes do fundo do oceano para o mar argentino. "É por isso que o litoral gaúcho é o mais rico [em peixe] do país", disse Eiras Garcia à Folha. Quem aprecia os congros da Argentina sabe do que ele está falando.

Acontece que, para se manter, esse cinturão de convecção precisa da diferença de densidade. E o degelo na península Antártica, uma das regiões do planeta que mais esquentaram nos últimos 50 anos, pode estar acabando com ela, ao jogar mais água doce no oceano Austral. Com salinidade diminuída, a corrente deixa de afundar.

Garcia e seus colegas vão navegar no mar de Weddel em busca desses pontos de afundamento, para determinar o estado de saúde da corrente.O prognóstico, porém, é pessimista: estudos anteriores já detectaram que as águas de fundo do estreito de Bransfield (oeste da península), já estão mais quentes e menos salgadas.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16075.shtml

Radiação Cósmica de Fundo

Radiação Cósmica de Fundo
por Thiago Guimarães

A Radiação Cósmica de Fundo é uma forma de radiação eletromagnética e uma evidência muito grande da teoria do big bang, tal radiação possui um espectro de corpo negro e é uma grande prova de que o universo no passado era muito mais denso e quente do que é hoje.

Foi prevista por George Gamov, Ralph Alpher e Robert Herman em 1948 e descoberta em 1965, por Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories.

Características: O universo deve ter sido muito diferente do que é atualmente para produzir uma radiação com as características da radiação cósmica de fundo, sendo completamente preenchido por um fluido primordial, constituído de radiação e partículas elementares extremamente energéticas.

A radiação cósmica de fundo foi produzida quando o universo tinha cerca de 380 mil anos de idade, resfriou-se por causa da expansão e hoje a sua temperatura é de 2,725 K. A evolução posterior do universo não afetou as propriedades da radiação, de forma que ela nos permite uma grande oportunidade de estudar as condições físicas do universo tempos após sua gênese.

As características de tal radiação (espectro, distribuição angular e polarização) são diretamente dependentes dessas condições e estão ligadas aos mecanismos que deram origem às grandes estruturas (aglomerados, superaglomerados, paredes, etc.) hoje observadas.

A radiação cósmica de fundo é um espectro térmico de radiação de corpo negro de 2,725 kelvins que preenche o universo. Ela tem uma freqüência de pico de 160,4 GHz, o que corresponde a um comprimento de onda de 1,9 mm. Ela é isotrópica até uma parte em 100.000: as variações de seu valor eficaz são de somente 18 µK.

Um instrumento no satélite Cosmic Background Explorer (COBE), da NASA, mediu cuidadosamente o espectro da radiação cósmica de fundo, o que o tornou a medida mais precisa de um espectro de corpo negro de todos os tempos.

A radiação cósmica de fundo é uma predição do Big Bang, sugere que a radiação cósmica de fundo preenche todo o espaço observável, e que a maior parte da energia do universo está na radiação cósmica de fundo, que constitui uma fração de aproximadamente 5×10-5 da densidade total do universo.

Dois dos maiores sucessos da teoria do Big Bang são suas predições do seu espectro de corpo negro praticamente perfeito e sua detalhada predição das anisotropias na radiação cósmica de fundo.

Radiação Cósmica de Fundo - I

Estas três imagens são mapas completos do céu como vistos na radiação infravermelha.
As duas superiores são imagens compostas feitas nos comprimentos de onda de 60, 100 e 240 micrometros.
O brilho de 60 micrometros é apresentado em azul, o de 100 em verde e o de 240 em vermelho.
A imagem inferior mostra somente o brilho de 240 micrometros após a luz do sistema solar e
da nossa galáxia terem sido removidas.

Superior: Céu como é visto na radiação infravermelha. A brilhante linha amarelo-alaranjada cruzando o centro da imagem vem da poeira interestelar de nossa galáxia, sendo o centro da galáxia o centro da imagem. O vermelho acima e abaixo desta linha mostra nuvens tênues adicionais de poeira interestelar. O azul em forma de S vem da poeira interestelar do sistema solar.

Meio: Céu após o brilho do sistema solar ter sido retirado. Esta imagem é dominada pela emissão de poeira interestelar na nossa galáxia. Os dois objetos brilhantes no centro do quadrante inferior direito são a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães.

Baixo: Após retirar a luz infravermelha do sistema solar e da nossa galáxia, o que sobra é um fundo infravermelho cósmico uniforme. A linha que cruza o centro é uma falha decorrente da retirada da luz galáctica.

Formação:
Na teoria, o universo inicial era composto de um plasma quente de fótons, elétrons e bárions. Os fótons interagiam constantemente com o plasma através do Efeito Compton. À medida que o universo se expandia, o desvio para o vermelho cosmológico fazia com que o plasma esfriasse até que fosse possível aos elétrons combinar-se com os núcleos atômicos de hidrogênio e hélio para formarem átomos.

Isso aconteceu por volta de 3000 K, ou quando o universo tinha aproximadamente 380.000 anos de idade (z=1088). Nesse momento, os fótons puderam começar a viajar livremente pelo espaço. Esse processo é chamado "recombinação".

Os fótons continuaram a esfriar até que atingiram a temperatura atual de 2,7 K. Assim, a radiação do espaço que se mede hoje vem de uma superfície esférica, chamada superfície de última difusão, da qual os fótons que se desvencilharam da interação com a matéria no universo inicial, 13,7 bilhões de anos atrás, estão recém alcançando os observadores na Terra.

Medição: A recente sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) mediu com precisão essas anisotropias através de todo o céu até escalas angulares de 0,2 graus. Elas podem ser utilizadas para estimar os parâmetros do modelo padrão Lambda-CDM do Big Bang. Algumas informações, como a forma do universo, podem ser obtidas diretamente da radiação cósmica de fundo, enquanto outras, como a constante de Hubble, não são evidentes e precisam ser inferidas de outras medidas.

Relação com a formação de matéria: O Universo é homogêneo e isotrópico em escalas suficientemente largas e sendo estudado em detalhes nos últimos anos e verificado com base em resultados de diversos levantamentos de distâncias de galáxias. A homogeneidade e isotropia do Universo começam a ser verificadas a partir de distâncias da ordem de 100 megaparsecs (3,08x1026 cm, que equivalem a três bilhões de trilhões de quilômetros).

Até distâncias dessa ordem ainda são observados diversos tipos de estrutura, tais como vazias paredes e estruturas filamentares. Desse ponto até o ponto onde se formou a radiação cósmica de fundo (~ 3000 megaparsecs, equivalentes a 100 bilhões de trilhões de quilômetros), essa região é conhecida como a Superfície de último Espalhamento, existe uma lacuna de informações, mas cálculos teóricos sugerem que esse foi o intervalo de tempo necessário para que perturbações gravitacionais evoluíssem nas primeiras galáxias do Universo.

A existência da radiação cósmica de fundo em microondas, a abundância de determinados elementos químicos leves (hidrogênio, deutério, hélio e lítio) e a observação da velocidade relativa de afastamento de galáxias distantes (descoberta por E. Hubble, em 1929), que são fatos observacionais e servem como base do modelo cosmológico padrão.

O cenário previsto pelo modelo cosmológico padrão, sugere que o universo explodiu há cerca de 10-20 bilhões de anos, a partir de um estado de densidade, temperatura e pressão infinitas. A partir do instante zero, Big Bang, o universo começou a expandir-se e resfriar-se.

Até aproximadamente 0,01 segundo, após a tal explosão, a temperatura era muito alta e havia formação e aniquilação incessante de pares de partículas elementares. Após a temperatura cair para valores abaixo de um bilhão de K, a produção e aniquilação de pares e as reações nucleares cessaram, deixando como resultado elétrons, prótons e nêutrons, e também neutrinos e fótons.

A combinação de prótons e nêutrons deu origem aos primeiros elementos químicos formados no universo: hidrogênio, deutério, hélio e lítio. Com o universo em expansão e conseqüente resfriamento, a temperatura atingiu o valor de 3000 K, 300 mil anos após a explosão. Nesse momento, prótons e elétrons, que estavam livres, começaram a combinar-se para formar átomos de hidrogênio e o plasma de matéria e radiação deixou de existir.

Com a combinação, o processo de interação entre fótons e elétrons, conhecido como espalhamento Thomson, tornou-se insignificante e o universo tornou-se transparente à radiação. A trajetória de um fóton, que antes era limitada devido às colisões sucessivas com os elétrons livres, passou a ser da mesma ordem de grandeza do universo.

Com a combinação, o processo de interação entre fótons e elétrons, conhecido como espalhamento Thomson, tornou-se insignificante e o universo tornou-se transparente à radiação. A trajetória de um fóton, que antes era limitada devido às colisões sucessivas com os elétrons livres, passou a ser da mesma ordem de grandeza do universo.

Devido ao processo de expansão, a temperatura dos fótons da radiação cósmica fundo está decrescendo proporcionalmente à taxa de expansão, mas mantendo exatamente as suas características. Observa-se essa radiação, a uma temperatura de 2,725 K. Como a variação de temperatura é inversamente proporcional à taxa de expansão, pode-se estimar que o universo hoje seja mil vezes maior que na época da recombinação.

Por outro lado, a partir dessa época a matéria estava livre para condensar-se em estruturas que evoluíram nas galáxias que hoje observamos, aumentando a atração gravitacional e o conseqüente colapso de nuvens de gás em galáxias ou grandes aglomerados, dependendo do modelo escolhido para descrever a formação.

A formação de estruturas (galáxias, aglomerados e superaglomerados) está diretamente ligada ao entendimento dos processos que ocorreram nos primeiros instantes do universo primordial, ou seja, ele está sujeito ao conhecimento das condições iniciais do universo.

Devido ao estado de equilíbrio termodinâmico em que se encontravam matéria e radiação nesse período, e à uniformidade da radiação cósmica de fundo, sabemos que a matéria, até separar-se do campo de radiação, deveria estar uniformemente distribuída, do mesmo modo que a radiação.

A principal fonte de informações sobre os instantes em que a matéria se separou do campo de radiação é a radiação cósmica fundo. As flutuações na distribuição de matéria evoluíram para formar as galáxias e aglomerados hoje vistos no céu, e a “marca”, das flutuações de matéria foram impressas na radiação cósmica de fundo, dando origem às flutuações de temperatura estudadas pelos cosmólogos atualmente.

Como foi descoberto: Em 1948 a radiação cósmica de fundo foi prevista por três cientistas da universidade de Princeton, George Gamov, Ralph Alpher e Robert Herman, após o físico Fred Hoyle dizer que se o big bang tivesse ocorrido haveria um “fóssil” da explosão.

George Gamov, Ralph Alpher e Robert Herman Trabalharam incessantemente para tentar comprovar a teoria do big bang encontrando assim seu “fóssil”.

Anos depois, em 1965, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories perto de Holmdel, New Jersey, haviam detectado um ruído na antena utilizada para radiodifusão, após limparem a antena e anotarem rigorosamente as características do ruído, entraram em contato com os três cientistas de Princeton, dizendo que detectaram uma interferência na antena que parecia vir de todo lugar do espaço e que tinha por volta de 2,25 K. A partir daí descobriram que realmente se tratava da radiação cósmica de fundo.

Radiação Cósmica de Fundo - FINAL

Breve história:
A radiação cósmica de fundo foi predita por George Gamov, Ralph Alpher e Robert Herman em 1948. Além disso, Alpher e Herman foram capazes de estimar a temperatura da radiação cósmica de fundo como sendo de 2,25K.

Apesar de que existissem diversas estimativas anteriores da temperatura do espaço, essas sofriam de diversos inconvenientes. Primeiramente, elas eram medidas da temperatura ''efetiva'' do espaço, e não sugeriam que o espaço fosse repleto com um espectro de Planck térmico; segundo, elas eram dependentes da nossa posição específica na beira da Via Láctea e não sugeriam que a radiação fosse isotrópica.

Além disso, elas levariam as predições completamente diferentes se a Terra estivesse localizada em um outro lugar do universo.Os resultados de Gamov não foram amplamente discutidos. No entanto, eles foram redescobertos por Robert Dicke e Yakov Zel'dovich no início da década de 1960.

Em 1964, isso incentivou David Todd Wilkinson e Peter Roll, colegas de Dicke na Universidade de Princeton, a começar a construção de um radiômetro Dicke a fim de medir a radiação cósmica de fundo. R. H. Dicke, "The measurement of thermal radiation at microwave frequencies", ''Rev. Sci. Instrum.'' '''17''', 268 (1946).

Esse design básico para um radiômetro foi utilizado na maioria das experiências posteriores implicando a radiação cósmica de fundo. Em 1965, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories perto de Holmdel, New Jersey, construíram um radiômetro Dicke que pretendiam utilizar para experiências de radioastronomia e comunicação via satélite.

O instrumento deles tinha um ruído térmico excessivo de 2,5K que eles não podiam explicar, e após diversos testes Penzias se deu finalmente conta que aquele ruído nada mais era do que a radiação cósmica de fundo predita por Gamov, Alpher e Herman e mais tarde por Dicke. Após receber um telefonema de Penzias, Dicke disse a famosa frase: “Gente, nos passaram para trás”. (''Boys, we've been scooped'').

Uma reunião entre as equipes de Princeton e Holmdel determinou que o ruído da antena fosse devido efetivamente à radiação cósmica de fundo. Penzias e Wilson receberam o Prêmio Nobel de Física de 1978 pela descoberta.

A interpretação da radiação cósmica de fundo foi um assunto controverso nos anos 1960, com alguns defensores da teoria do estado estacionário argumentando que a radiação de fundo era o resultado da difusão de luz estelar de outras galáxias.

Usando esse modelo, e baseando-se no estudo de características da linha de absorção no espectro de estrelas, o astrônomo Andrew McKellar escreveu em 1941: "Pode-se calcular que a temperatura ''rotacional'' do espaço interestelar é de 2K.

No entanto, durante a década de 1970, o consenso foi estabelecido que a radiação cósmica de fundo é um resquício do Big Bang. Isso ocorreu principalmente porque novas medidas em uma gama de freqüências mostraram que o espectro era um espectro térmico, de corpo negro, um resultado que o modelo de estado estacionário foi incapaz de reproduzir.

Harrison, Peebles e Yu, e Zel'dovich deram-se conta que o universo primordial deveria ter heterogeneidades a nível de 10-4 ou 10-5. Rashid Sunyaev mais tarde calculou a marca observável que essas heterogeneidades teriam na radiação cósmica de fundo.

Enquanto esta é a primeira publicação a discutir a marca observável das heterogeneidades de densidade como anisotropias na radiação cósmica de fundo, parte do trabalho de base baseava-se em Peebles e Yu.

Limites crescentes na anisotropia da radiação cósmica de fundo foram colocados através de experiências, mas a anisotropia foi detectada pela primeira vez pelo ''Differential Microwave Radiometer'' (Radiômetro de microondas diferencial) do satélite COBE.
Inspiradas pelos resultados obtidos pelo COBE, uma série de experiências de solo e baseadas em balões mediram as anisotropias da radiação cósmica de fundo em escalas angulares inferiores ao longo da década seguinte.

O objetivo principal dessas experiências era medir a escala do primeiro pico acústico, que COBE não tinha resolução suficiente para resolver. O primeiro pico na anisotropia foi detectado por tentativas pela experiência Toco e o resultado foi confirmado pelos experimentos boomerang e máxima.

Essas medidas demonstraram que o universo é plano e foram capazes de indicar a teoria de string cósmico como uma teoria de formação da estrutura cósmica, e sugeriu que a Inflação cósmica é a teoria correta de formação estrutural.

O segundo pico foi detectado por tentativas por diversas experiências antes de ser definitivamente detectado pelo WMAP, que também detectou por tentativas o terceiro pico.

A polarização da radiação cósmica de fundo foi primeiramente descoberta pelo ''Degree Angular Scale Interferometer'' (DASI). Várias experiências para melhorar as medidas da polarização da radiação cósmica de fundo em pequenas escalas angulares estão em andamento.
Estas incluem DASI, WMAP, boomerang e o ''Cosmic Background Imager''. Outras experiências incluem a sonda Planck, o Telescópio cosmológico de Atacama e o Telescópio do Pólo Sul.

Fonte:
http://www.sentandoapua.com.br/astronomia/index.php?id=8,54,0,0,1,0

Microondas esteriliza esponjas, diz pesquisa.

Cientistas americanos descobriram uma nova arma contra os germes que causam o apodrecimento da comida: o forno de microondas. Colocar esponjas de lavar pratos e panelas por dois minutos dentro do forno de microondas pode matar 99% dos microorganismos, de acordo com um estudo publicado no Journal of Environmental Health.

O calor, e não a radiação, é responsável pela esterilização de esponjas, disseram pesquisadores dos Estados Unidos. Esponjas e panos de prato são freqüentes fontes de microorganismos causadores de intoxicação alimentar porque vírus e bactérias provenientes de ovos, carne e vegetais crus se propagam em condições de umidade.

Estima-se que uma esponja de cozinha possa conter 10 mil bactérias, inclusive E. coli e salmonella, em pouco mais de dois centímetros quadrados. Gabriel Bitton, um perito em engenharia ambiental da Universidade da Flórida, e seus colegas contaminaram esponjas em água suja que continha bactéria fecal, vírus, parasitas e esporos de bactérias.

Em seguida, eles colocaram o material contaminado em um forno de microondas durante períodos de tempo diferentes. Depois de dois minutos com potência total, 99% das bactérias haviam sido mortas. A bactéria E. coli foi morta depois de apenas 30 segundos.

Esporos de Bacillus cereus - que são associados amplamente com vegetais e alimentos com contato com o solo e são normalmente muito resistentes a radiação, calor e substâncias químicas tóxicas - foram completamente erradicados depois de quatro minutos dentro do microondas.

Calor Britton disse que o calor se mostrou mais fatal do que a radiação porque microondas trabalham agitando moléculas de água. Ele recomendou que se coloque esponjas úmidas - e não secas - dentro do microondas para minimizar o risco de incêndio e que não se coloque no forno esponjas de metal do tipo bombril.

Dois minutos todos os dias serão suficientes para pessoas que cozinham regularmente, disse ele. "Basicamente, o que constatamos é que nós podemos matar a maioria das bactérias em dois minutos."

"As pessoas costumam lavar esponjas no aparelho de lavar louça, mas se o que elas querem é descontaminá-las e não apenas limpá-las, deveriam usar o forno de microondas", afirmou. A equipe também examinou se os microondas poderiam ser usados para esterilizar seringas contaminadas. Constatou-se que este é um método eficaz, mas que o tempo de esterilização é
muito maior: até 12 minutos para os esporos de Bacillus cereus.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA

Novas interpretações da Bíblia indicam que Jesus foi um alienígena enviado à Terra
Fernando de Aragão Ramalho.


No primeiro período da década de 70 (...), surgem no País as primeiras obras de impacto que levantariam graves suspeitas sobre o que estava estampado nas escrituras sagradas do cristianismo. Como urna adolescente indócil e rebelde, em plena produção hormonal, a Ufologia Brasileira, através do ufólogo Fernando Cleto Nunes Pereira, em seu livro A Bíblia e os Discos Voadores, atingira em cheio os principais alicerces da igreja, repetidos e pregados exaustivamente séculos a fio por seus evangelistas.

Tal qual um vendedor de balas que oferece urna guloseima nova à urna criança ávida por novidades, Pereira ousara chamar-nos à leitura de novos pontos de vista sobre o que realmente dizia a Bíblia, com uma frase que, neste momento, roubaremos para finalizar a introdução de nossas espinhosas e ousadas afirmações a respeito das relações entre os Evangelhos e a Ufologia: "Aqueles que seguirem com muito afinco uma religião de cunho cristão, não deverão ler esta obra".

Hoje, assistimos a calorosas discussões na mídia sobre o que alguns novos teólogos expressam em suas obras literárias, as quais causaram grande furor nos meios religiosos. Essas obras estão, curiosamente, apenas no final do século passado e início desse terceiro milênio, remexendo e questionando o que sempre foi dito em missas e cultos cristãos durante esses dois mil anos. Principalmente no que se refere aos Evangelhos apócrifos, as discussões estão se acirrando.

Algumas dessas novas discussões giram em tomo de afirmações levantadas sobre a impossibilidade de Ana, mãe de Maria, ter filhos, sobre a virgindade ou não de Maria, das posses nada modestas de Joaquim, avô de Jesus, das visitas freqüentes dos anjos em determinadas épocas a esses escolhidos, sobre os pequenos milagres de Cristo quando ainda era criança, ou pela rispidez desse no trato com sua família.

Tal atitude está descrita nas obras Jesus, um Retrato do Homem, do jornalista A. N. Wilson (Edi­ouro), Cristo, uma Crise na Vida de Deus, do ex-jesuíta Jack Miles (Companhia das Letras), e em Mãe, A História de Maria, de Júlia Bárány (Editora Mercuryo).
Todas essas obras estão baseadas nos Evangelhos apócrifos. Contudo, nenhuma delas toca na espinhosa questão dos verdadeiros causadores de fatos tão incomuns nas vidas desses ícones do cristianismo.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA - I

ONIPOTÊNCIA DIVINA

Tudo é simplesmente atribuído a Deus e a seus anjos, arcanjos, querubins e serafins. Provavelmente, pelos termos que geraram a contenda, não era intenção dos autores das citadas obras adentrar nessa área, mas qualquer discussão nesse sentido, mais cedo ou mais tarde, acabaria resvalando na questão dos UFOs na Bíblia - até porque uma coisa é inerente à outra. Para a Ufologia, a questão está exatamente aí: quem é Deus e quem são esses auxiliares que tanto influenciaram nos protagonistas da Bíblia?

Considerando que nela mesma, em Gênesis, os evangelistas se referem a Deus, em hebraico, por meio da palavra Elohim, que significa deuses, no plural, e não Eloah, no singular, como seria o correto, podemos ter uma idéia de variedade de líderes e suas falanges celestes que nos visitaram no passado.

Entre os ufólogos, alguns religiosos e também em reservados círculos científicos, não é novidade nenhuma que tanto a Bíblia e seus apócrifos, quanto os livros sagrados de outras religiões, como o hinduísmo e budismo, estão repletos de relatos sobre esses seres e suas máquinas voadoras, e que seus feitos são, em sua maioria, provas incontestáveis de uma origem alienígena.

O filósofo e teólogo Roberto dos Santos Miranda, padre excardinado da Diocese de Brasília, autor de três livros sobre divindades africanas, acha perfeitamente viável que essas teorias. ufológicas tenham seu fundo de verdade. Contudo, pensa que jamais o Vaticano abordara o assunto do ponto de vista desejado pelos ufólogos, simplesmente por dois motivos.

Primeiramente, porque as provas disponíveis, concernentes à Bíblia e aos apócrifos, quando não são tidas como manifestações metafóricas exageradas de seus autores, sendo esse um dos motivos que lavaram os apócrifos a serem proscritos dos textos sagrados, são encaradas como milagres, tendo, portanto, origem divina.

E, se existem provas, estas estão muito bem guardadas nos andares e longos corredores da Biblioteca do Vaticano, reconhecido baluarte milenar da história das civilizações que se instalaram na Ásia Ocidental, Oriente Médio, Europa e norte da África.

Padre Miranda nos lembra que o vaticano tem inúmeros volumes da biblioteca de Alexandria, milagrosamente salvos por antigos sacerdotes, que, antes de ser destruída pela invasão romana, continha toda a história das primeiras civilizações terrestres.

Sabemos também que revelações provenientes de uma discussão dessa importância colocariam em cheque, imediatamente, toda a teologia católica e seus dogmas. Contra isso, existe uma poderosa corrente dentro do Vaticano, que, detectado algum foco de perigo estrutural na igreja, prontamente entra em ação .

O primeiro ufólogo a questionar exclusivamente os Evangelhos apócrifos, bem antes das atuais e limitadas conclusões levantadas pelos novos teólogos, foi o espanhol J. J. Benítez, em sua obra Os Astronautas de Ya­veh, em 1980 (Editora Mercuryo).

Nessa obra, o autor chama diversas vezes a atenção do leitor sobre a constante presença dos anjos e seus feitos, e sobre os talentos dos protagonistas do Antigo e do Novo Testamento, que são ainda mais surpreendentes nos apócrifos.

Conclusivamente, assim como Fernando Cleto Nunes Pereira, Be­nítez afirma que só um plano muito bem elaborado por criaturas que realmente não eram desse planeta estaria por trás dos acontecimentos relatados nas escrituras.

No intuito de chegar a conclusões livres de preconceitos religiosos e de visões dogmáticas que governam o cristianismo há séculos, gastaríamos de convidar os leitores a desfazerem-­se dessas amarras e buscarem, sob novos aspectos, a velha máxima de Jesus Cristo: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Para tal, precisarão apenas transportar sua ótica dos remotos tempos bíblicos para nossa era.

O tipo de postura que aqui propomos é o que faz o estudo ufológico há pelo menos 30 anos, promovendo uma modificação conceitual sobre os relatos bíblicos, encarando-os do ponto de vista atual, baseando-se nas tecnologias que já estão ao nosso alcance, também na rica casuística ufológica e nos incontáveis relatos acumulados e publicados em livros neste meio século de estudo científico da matéria. Tudo isso está acessível para aquele que "...tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir", como Cristo colocou.

Primeiramente, é necessário ter em mente o que representam os Evangelhos e outros livros apócrifos para as diversas igrejas e suas doutrinas cristãs, bem como para os demais seguidores independentes dos ensinamentos bíblicos.

Conforme o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra apócrifa significa "...obra ou fato sem autenticidade, ou cuja autenticidade não se provou. Diz-se, entre os católicos, dos escritos de assunto sagrado não incluídos pela igreja no Cânon das escrituras autênticas e divinamente inspiradas".

Entre os cristãos esotéricos, o conceito mais usado vem do grego apocrypha, que, como coloca o Glossário Teosófico, é "...erroneamente traduzido e adotado como 'duvidoso' ou 'espúrio'. A palavra significa: simplesmente secreto, oculto ou esotérico".

A realidade é que os Evangelhos apócrifos, conforme os conhecemos hoje, começaram a surgir após o Concílio de Nicéia, no ano de 325 d.C., quando alguns foram separados dos 73 livros canônicos (Lista dos livros sagrados admitidos pela Igreja Católica).

Os motivos para sua separação e, em alguns casos, reinserção, através dos diversos concílios, é questão de caloroso debate entre os estudiosos. Não delirão ser aqui exposto, pois tomariam demasiado tempo.

(Cabe aqui apenas fazer notar que o grupo de luminares) que na época do Concílio de Nicéia teria como função a escolha dos rumos que deveria seguir o cristianismo, descriminando o canônico do apócrifo, jamais pensaria que o seu filtro não seria tão seletivo, a ponto de passar apenas as escrituras que não gerassem interpretações dúbias, ridículas, ou perigosas ao credo, em outras instâncias do conhecimento histórico-religioso e cientifico.

De fato, o intuito de esconder informações não surtiu o efeito desejado, uma vez que muitos dos livros canônicos também contêm confirmações sobre alguns fatos supostamente ligados à Ufologia.

Devido ao grande número de textos e passagens da Bíblia canônica e da apócrifa, impossíveis de compilação numa revista, escolhemos apenas trechos de alguns desses livros, em distintas épocas, e retiramos deles os aspectos mais contundentes em relação à Ufologia.

Enoque, um enviado – O primeiro versículo do relato atribuído a Enoque refere-se nitidamente à aparição de dois seres de enorme estatura, que realmente deveriam ser muito estranhos, tal foi o terror demonstrado pelo contatado ao notar as características físicas incomuns.

Ante seu espanto, os seres informaram-lhe que dentro em pouco ele "subiria aos céus" e que, pelo tempo que deveria permanecer fora, teria que passar instruções à sua família sobre o que fazer durante sua ausência.

Literalmente, Enoque seria abduzido por dois se­res bem diferentes dos humanos que, conforme sua descrição, tinham faces resplandecentes, olhos como chama e uma voz que soava como um canto.

Eles possuíam também algum tipo de instrumento nas costas, identificado por Enoque como "asas mais brilhantes que o ouro e as mãos mais brancas que a neve".

Essas asas douradas poderiam representar algum tipo de instrumento metálico localizado nas costas, talvez para função comunicativa, respiratória ou locomotiva. Esses dois seres que acompanharia Enoque na maior parte da viagem, até seu retorno, são identificados como os anjos Samuil e Raguil.

A jornada do abduzido deveria, no mínimo, chegar aos limites da Via Láctea e durar muitos anos para quem estivesse na Terra, uma vez que, assim como vários lugares, ou céus, foram descritos e algumas estrelas além do Sol também parecem ter sido visitadas.

O terceiro capítulo do livro de Enoque, apesar de pequeno, com apenas um versículo, mostra claramente que ele foi levado ao lugar ao qual se refere como "primeiro céu", através das asas dos anjos, e depois elevado às nuvens.

O que nos parece com um verdadeiro traslado anti­gravitacional, causado provavelmente por alguma força que provinha, do que estava nas costas dos dois seres e suas asas, elevando do chão à nave. Essa, por sua vez, içou vôo em direção ao espaço, a exemplo do que ocorreu com Elias (II Reis, capitulo 02, versículo 11), levado por uma carruagem de fogo aos céus.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA- II

Grande Mar

Durante o vôo, Enoque tem, acima, a visão do espaço sideral (Éter) e ao olhar o horizonte e abaixo, os seres mostram o que mais lhe parecia com um grande mar, "maior que o mar da Terra".

Enoque, neste momento, possivelmente teve a mesma impressão que Yuri Gagarin teve, em 1961, ao dar a pri­meira volta ao redor do planeta, na nave Vostok 1, quan­do exclamou a famosa frase: "A Terra é azul". Para Eno­que, pode ser que o grande horizonte azul do planeta, quando se chega às últimas camadas da atmosfera, lhe parecera o maior dos mares.

Após alguns lances de admiração, o quarto e quinto capítulos descrevem como Enoque entrou em contato com outros seres que provavelmente ocupavam maiores postos na hierarquia divina, já que foram reconhecidos como "anciãos e os dirigentes das ordens estelares", bem como seus subordinados.

No primeiro céu, Enoque retrata aquilo que lhe parecia neve e os anjos que "mantêm seus terríveis depósitos", talvez pela cor branca ou claridade que de lá emanava. Segundo descrições, seria um local onde anjos controlavam uma "tesouraria" e de onde partiam "nuvens" para vários locais.

Analisando-se essas palavras sob o ponto de vista da tradução ao pé da letra, vamos ver que tesouraria, neste caso, refere-se a um local cheio de tesouros, com uma forte iluminação interna. Isso nos induz a comparações bem interessantes com cabines de aviões ou torres de controle de aeroportos.

Como um habitante da Antigüidade interpretaria o conjunto de luzes coloridas, botões, alavancas, painéis, gráficos luminosos, telas de radar ou de computadores e toda espécie de equipamento para navegação aérea e espacial, dentro de uma cabine de avião ou numa sala de controle da NASA, por exemplo? Naquela época, tesouraria seria urna boa forma de comparação.

Quan­to às nuvens dirigidas e seus terríveis depó­sitos? O que seriam? Certamente, não se tratava de vapor d'água armado. Seriam astronautas militares os anjos diretores de estrelas que voavam em suas asas, nave­gavam e possuíam suas funções no céu?

Nos capítulos 11 e 12, o via­jante visita e identifica o que nos parece ser a rota da Terra, no Sis­tema Solar, ou pelo menos segue a órbita de um planeta com vida, em tomo de uma estrela.

Acom­panhado de vários aparelhos vo­adores alados, Enoque nomeia dois principais: Fênix, o mitoló­­gico pássaro grego que era único, não se reproduzia e ressurgia de suas próprias cin­zas, e Cha1kydri, termo que parece vir da união de duas palavras do sânscrito, Chak­chur (O olho do mundo ou Sol) e Kirti (Luz, esplendor).

Ambas possuíam pés em formas que lembravam a cauda de um leão, corpo cônico achatado e com formato de cabeça de crocodilo, com grandes dimensões.

Qualquer semelhança entre essas e um ônibus espacial Discovery, flutuando por meio de jatos estabilizadores, como várias asas laterais, sapatas de aterrissagens dotadas de sistema propulsor, bem como na parte traseira da nave, que podem lembrar caldas de leão, seria coincidência?

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA - III

Armas Terríveis

O relato esquenta quando, nos versículos 07, 10 e 18, Enoque relata o que lhe parecia o inferno. Nos dois primeiros, ele apenas identifica os seres so­fredores, vigiados por anjos de pele escura, que descreve como "impiedosos que por­tavam armas terríveis", mas no versículo 18 observa e fala aos soldados chamados "grigori", seres com aparência humana que "eram maiores que os maiores gigantes".

Estes possuíam rostos sem viços e bocas que apresentavam "silêncio perpétuo". Se­gundo um dos seres que acompanhavam Enoque em sua jornada, os grigori, ao que parece, são parentes dos gigantes que visitaram e fecundaram mulheres terrenas, con­forme relato bíblico no Gênesis, capítulo 06, versículos 01 a 04, em passado remoto, dando origem a homens que impressiona­vam pela altura e pelas inimizades.

Finalizando, Enoque escreveu 366 li­vros resumindo tudo o que lera nos cha­mados "livros do Senhor", e retornou à Terra. Mas não sem antes passar por uma experiência comum em relatos de abdu­ção.

No dito "décimo céu", citado no 22°capítulo de seu livro, ele identifica a face do Senhor como "...ferro que arde em fogo e que, ao sair, emite faíscas e queima". Seguindo as ordens do mesmo Senhor, um outro anjo chamado Micael ungiu Enoque com uma substância e o vestiu com uma roupa luminescente que o fez assemelhar-­se aos seres, e dotou-o com uma "pena de escrita rápida", mostrando-lhe vários li­vros para escolha de alguns a serem copiados.

Enoque gastou 30 dias e 30 noites para concluir sua tarefa. Retornou a Terra, passou tudo a seus filhos em mais 30 dias e partiu novamente, em definitivo, aos céus.

Em alguns casos de ab­duções investigados por psi­cólogos, os abduzidos atuais relatam, sob hipnose, ter passado por experiências semelhantes à dele, quando foram untados, submetidos à in­tervenções médicas e, em muitos casos, re­ceberam informações sobre a vida na Ter­ra e em outros planetas.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA-IV

A Gravidez de Maria

Sabe-se que Ana e Joaquim não podiam ter filhos. Afinal, ao que tudo indica, Ana era estéril, mas mesmo assim Maria nasceu. Seria um milagre da divina providência ou o anjo que apareceu a operou e proporcionou-­lhe a fecundidade? Segundo posições religiosas, isso não deve ser discutido, pois a Deus tudo é possível.

Entretanto, a ciência não vê os fatos dessa forma e, a menos que questionemos a veracidade dos vários Evangelhos, devemos seguir em frente.

Sem nos deter, prosseguindo o ingrato caminho do cientificismo, se tomarmos como premissa que um ser especial como Jesus deveria possuir ca­racterísticas genéticas especialíssimas para se tomar um Homem-Deus, deve­mos considerar também que não só o seu Pai Celestial, mas também sua mãe ter­rena, deveriam ser especiais.

Hoje em dia, verificamos em publica­ções médicas e na própria mídia a possibi­lidade de operações cirúrgicas que utilizam computadores ligados a câmeras, bisturis a laser e cauterizadores de alta tecnologia e precisão.

Incluem-se aí procedimentos como fecundação artificial in vitro, neuro­cirurgias, cateterismos etc. Algumas opera­ções dessas são, inclusive, executadas por médicos que estão a milhares de quilô­metros do paciente, através de câmeras e vídeos remotos (Videoconferência), liga­dos via satélite.

Assim é possível contro­lar os movimentos cirúrgicos dos apare­lhos executores, enquanto que, no local da operação, estão presentes apenas al­guns médicos assistentes e enfermeiros, além do paciente anestesiado.

Entretanto, isso seria fruto de uma ima­ginação lunática de autores de ficção cien­tífica, se transposto para a época de nasci­mento de Maria e de Jesus. A não ser que consideremos a possibilidade de que a Ter­ra seja visitada por seres de outros orbes celestes há milênios, como afirmam grandes ufólogos
[1].

Supondo a pos­sibilidade dessa teoria, levantamos uma sé­ria dúvida sobre quem teria fecundado Ana, se Joaquim encontrava-se longe de casa. No Evangelho de Tiago, parte integrante do livro Apócrifo, Os Proscritos da Bíblia, já mencionado, percebemos que "...Joa­quim ficou muito atormentado e não pro­curou sua mulher; e se retirou para o de­serto. Ali armou sua tenda e jejuou por 40 dias e 40 noites".

Some-se a isso o fato de que teriam andado 30 dias consecutivos na viagem de retorno, totalizando mais de dois meses fora de casa. Teria tam­bém Joaquim tido um contato de 4° grau, já que o anjo de Deus apareceu­-lhe rodeado de um imenso esplendor, conversou e após isso se elevou aos céus em meio à fuma­ça?

O que teria causado tamanho choque a um homem como Joaquim, que o teria deixado prostrado ao chão durante horas, levando também grande dificuldade aos seus servos para levantá-lo?

O que queria o anjo dizer com a frase "Minha comida é invisível e minha bebida não pode ser captada por olhos humanos", quando estes itens foram oferecidos por Joa­quim? Parece que esse mesmo anjo também apareceu para Mateus e Tiago, pois os apócrifos de ambos, de forma semelhante, di­tam a mesma história.

As semelhanças con­tinuam durante os relatos sobre os primeiros anos da vida de Maria no templo, quando ela era vista freqüentemente sendo assistida e alimentada por anjos, enquanto que os ali­mentos que a ela eram oferecidos pelos sa­cerdotes "eram divididos com os mais po­bres".

Que tipo de alimentação especial só Maria deveria ingerir? Seria essa a mesma razão que levou o anjo a rejeitar o alimento que lhe fora oferecido por Joaquim? Seguindo o nosso assunto nesta tênue corda bamba entre os crentes e os descrentes da história bíblica, surge aquela velha dúvida sobre o nascimento de Jesus, bem como so­bre os estranhos fatos ocorridos no período inicial e durante toda sua vida.

Como aqui resolvemos anali­sar o assunto a partir dos Evangelhos, ba­searemos esses argumentos na afirmati­va de que, pelo menos em parte, esses es­critos dizem a verdade.

Não bastasse a já discutida influência desses anjos na vida de Ana, Joaquim e Maria, além de diver­sos outros personagens do cristianismo, dando continuidade a esse projeto divino surgem a fecundação de Maria e o sur­preendente nascimento de Jesus.

Com Ana ainda paira a dúvida se esta foi fecundada por Joaquim ou pelo anjo. Contudo, com Maria esta tarefa coube ao Espírito Santo, como cita a Bíblia nos qua­tro Evangelhos canônicos, causando gran­des transtornos a José.

Não é, portanto, ne­cessário tecermos mais comentários e no­vas conclusões sobre o que realmente ocor­rera neste caso.
O que mais nos interessa é a conclusão de todo aquele processo, que teve início com a retirada dos judeus do Egito, guiados pelo não menos suspeito Moisés e seus companheiros divinos, que dirigiam nuvens luminosas, fulminavam os inimigos, falavam do alto das montanhas, abriam mares e faziam chover comida no deserto, tendo seu desfecho com a crucifi­cação de Jesus, 400 anos depois da chega­da daquele povo à prometida Nova Canaã.
De acordo com o Autor, o filme Intruders (1992), baseado em obra de Budd Hopkins, expressa com muita propriedade as cirurgias de implantes e fecundações ocorridas em naves alienígenas, sofridas por abduzidos investigados via hipno­se.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA -V

­Estrela De Belém

Comecemos pelo sur­gimento da intrigante Estrela de Belém. Teo­rizando sobre o que seria essa estrela, va­mos, através de método exclusivo da disci­plina, verificar as possibilidades meteorológicas envolvidas no fenômeno.

Em pri­meiro lugar, sabemos que nenhum tipo de estrela, por menor que fosse, chegaria tão perto da Terra, a ponto de indicar um local específico e parando sobre este. Numa su­posição absurda dessas, o planeta seria com­pletamente torrado e nem o Filho de Deus sobraria para contar a história.

Tampouco sabemos que asteróide luminoso algum exe­cute movimentos tais, que seriam capazes de guiar pessoas a um determinado local e depois levá-las de volta à sua origem, por outro caminho, fazendo com que, no caso, os reis magos seguissem a sua luz até que estivessem de volta à sua pátria, como descrevem o Evangelho de Tiago e o Evangelho Árabe da Infância (Parte in­tegrante do já mencionado livro Apócri­fo, Os Proscritos da Bíblia).

Segundo o ufólogo Roberto Affonso Beck, reconhecidamente um dos maiores caçadores de sondas ufológicas do Brasil, estes objetos de pequenas dimensões e das mais variadas formas, muito mais comuns que naves tripuladas, são provavelmente uma espécie de artefato alienígena voador proveniente de veículos maiores.

Desem­penham diversas funções junto à superfície do planeta ou a pessoas, tais como pros­pecção mineral, análise de solo, colheita de material biológico, espionagem, rastrea­mento de áreas, reconhecimento de regiões. Enfim, funções práticas e discretas que não podem ser executadas por grandes naves, pois chamariam muita atenção.

Vendo por esse lado, é possível supor que a Estrela de Belém nada mais seria que uma sonda de orientação, incumbida exclusivamente de guiar os reis magos ao local de nascimento de Jesus. Depois, deveriam levar os portadores da noticia para o Oriente, sem que estes encontrassem Herodes.

Mas outro intrigante fato é revelado por Tiago: durante o parto, quando José sai em busca de urna parteira, percebe que o tempo e os movimentos tomam-se estáticos, por conseqüência de um estranho estremecimento do ar.

As pessoas, os pássaros, os animais estavam todos estáticos, como se uma força invisível os estivesse paralisando. Ao retomar, o pai depara-se com a gruta sombreada por uma nuvem luminosa, que, ao se afastar, deixa uma luz irresistível no interior da gruta. Essa, pouco a pouco se desfaz e revela o menino Jesus.

Lembramos aos leitores que Jesus não é o primeiro bebê a ser considerado diferente logo ao nascer, quanto à sua resplandecência luminosa em comparação com de outras crianças da Bíblia.

Além de Maria, Noé, que também vivia recebendo mensagens angelicais, inclusive um projeto para construção da famosa Arca, por exemplo, ao nascer era completamente diferente das crianças da época.

Lamec, pai de Noé, descreve no capítulo 104 do apócrifo livro de Enoque, que foi em busca do seu pai, Matusalém, filho de Enoque e avô de Noé, para descobrir o que ocorrera com seu filho, pois este não se parecia em nada com as outras crianças. Sua pele era extremamente branca, como também seus cabelos. Seus olhos apresentavam um brilho incomum.

OS EVANGELHOS SEGUNDO A UFOLOGIA- FINAL

Outra Espécie De Ser
Em suas observações, o desconfiado Lamec laconicamente diz a Matusalém que Noé "com certeza não é de nossa espécie", tamanha era sua diferença.

Isso só vem confirmar as características especiais dessa família patriarca antediluviana, descendente direta de Adão, principalmente no que se refere a longevidade Qual a constituição celular desses homens?

A Bíblia, em Gênesis, capítulo 05, versículo 01, afirma que Adão, Set, Enos, Cainã, Malalael, Jared, Matusalém, Lamec e, finalmen­te, Noé, viveram por quase mil anos cada um, à exceção de Enoque, que viveu 365 anos antes que "Deus o arrebatasse".

Conclusões Não Convencionais – Me­diante essas análises, surge uma velha per­gunta que muitos tentam evitar, por ser demasiadamente perigosa, rechaçada entre re­ligiosos, impensável em alguns meios e, às vezes, tachada como absurda, mas que já foi feita por muitos estudiosos:

Jesus foi um ser extraterrestre? Não é de hoje que se cogita como uma possibilidade viável nos meios ufológicos as ligações entre Jesus e uma civilização extremamente desenvolvida tecnoló­gica e espiritualmente, para nossos padrões, que certa­mente não é originária do nos­so planeta. Desde que, é cla­ro, o que esteja na Bíblia realmente tenha ocorrido.

Apesar das constantes afirmações do Salvador que seu reino não era deste mundo e que na cada de seu Pai existiam várias moradas, nunca se contestou a divindade de sua alma, assim como a origem terrena de sua carne.

Logicamente, nem Ma­ria nem Jesus foram seres extraterrestres em sua passagem carnal pela Terra, pois, se­gundo a Bíblia nasceram de mães suposta­mente humanas e neste planeta. Mas quan­to às suas constituições genéticas não po­demos afirmar o mesmo.
Levando-se em consideração os pressupostos da genética de Mendel (...), podemos levantar três possibilidades básicas, com pequenas variações e subdivisões entre elas, para a composição genealógica de Jesus e de Maria, embora nenhuma das três conclua que essa composição, pelo menos no caso de Cristo, seja totalmente de origem terrestre. Vejamos:

· Na primeira suposição que apresen­tamos, consideremos a difícil possibili­dade de que Joaquim tenha fecundado Ana antes de partir para o pastoreio, e não o anjo do Senhor, que avisou ambos sobre a gravidez.

Aqui, o anjo apenas teve participação na cura da infertilida­de de Ana. Então, neste caso, Maria teve sua composição genética totalmente hu­mana. O óvulo de Maria, por sua vez, foi inseminado artificialmente pela ação do Espírito Santo com o sêmen divino.

Logo, Jesus possuiu 50% de sua cons­tituição proveniente de Deus e os outros 50% dos genes humanos terrestres, provenientes de Maria.

·Na segunda suposição, vamos consi­derar que a avó de Jesus tenha sido operada e inseminada artificialmente pelo anjo do Senhor. Maria seria, neste caso, 50% divina. Da mesma forma, com Maria inseminada artificialmente, Jesus possuiria então 75% de sua constituição divina, e os 25 % restan­tes humanos, provenientes de Ana, a Ele pas­sados por Maria.

·Numa terceira suposição, tanto Ana como Maria serviram apenas como meio de cultura biológica, em termos médicos, ou mãe de aluguel, em termos vulgares, para os embriões nelas inseridos pelo anjo e pelo Espírito Santo, respectivamente.

Assim, tan­to Maria como Jesus teriam 100% de sua constituição ge­nética com origem em pais bio1ógicos divinos. Ainda nesse terceiro caso devemos levar em conta também a possibili­dade de um dos dois, ou am­bos, terem sido clonados, re­sultando também numa cons­tituição genética totalmente desconhecida.

Absurdo? Dentro do enca­deamento de suposições base­adas em provas documentais, não. Desde a Idade Média são encontradas pinturas, algumas encomendadas pelas igrejas, provavelmente baseadas em re­latos ou documentos mais anti­gos ainda, que descrevem ce­nas bíblicas mostrando a pre­sença de estranhos objetos vo­adores não identificados e os fa­mosos discos voadores.

Os artefatos aparecem principalmente quando essas pinturas se referem a momentos da vida de Maria e de Jesus, mostrando que, além da Bíblia e dos livros que compõem os Evangelhos apócrifos, a arqueologia e a arte também servem como provas cabais da íntima relação entre os dois principais personagens do cristianismo e os UFOs.

Portanto, concluímos que a visão do Evangelho segundo a Ufologia não está muito longe da verdade. E talvez estejamos mais perto dela do que imaginamos.

Primeiro vôo espacial tripulado completa 41 anos

Primeiro vôo espacial tripulado completa 41 anos

Brasília, 15 (Agência Brasil - ABr) - A agência oficial de notícias russa Itar Tass divulgava em todo o mundo, no dia 12 de abril 1941, que o primeiro vôo espacial tripulado iria começar dentro de uma hora. Hoje, a façanha completa 41 anos. Na época, o mundo se dividiu em duas partes, metade perplexa e excitada com a notícia e a outra incrédula, diante do rádio.

A seqüência da notícia já se sabe. Yuri Alekseyevich Gagarin, astronauta russo (então soviético) deu a volta ao redor da Terra, a uma altura máxima de 327 quilômetros, em 1 hora e 48 minutos. De sua nave, a Vostok 1, Gagarin disparou frases até hoje lembradas pela humanidade, como: "A Terra é azul" ou "As estrelas não piscam".

Depois de ser lançado ao espaço, da base de Baikonur, hoje na República do Cazaquistão, Gagarin levou 108 minutos orbitando em volta do planeta e aterrisou na cidade de Sarátov.
Lá se vão 41 anos e até hoje ninguém conseguiu ultrapassar a altitude que ele chegou, numa nave de um só astronauta. Depois dele, mais de 400 astronautas foram ao espaço, número que dá a dimensão da era inaugurada por Gagarin.

Ele próprio previu e antecipou, na época, que muitos outros seguiriam seu caminho e conheceriam a imensidão do universo. Como que alheio ao evento político da época, que confrontava inclusive e, talvez, principalmente, na área espacial, as duas potências mundiais, Gagarin se emocionou ao ver a Terra.

Depois do vôo, o major da Força Aérea Soviética, com 27 anos de idade, ganhou fama e notoriedade, tão rápido como nenhum outro homem. Fez diversas viagens para relatar a façanha, conheceu muita gente. Foi também de sua autoria a frase que parecia arrefecer os ânimos de uma disputa nada amigável:

"A União Soviética deseja empregar seus conhecimentos da ciência em favor da humanidade". Mas o pano de fundo de sua aventura era algo bem mais político que suas frases inocentes, quase alienadas, como diriam cientistas políticos. Era o tempo da Guerra Fria e a corrida espacial foi o palco dos embates históricos entre Estados Unidos e a então União Soviética.

A ex-URSS ganhou alguns desses embates e o primeiro ficou "entalado na garganta" dos norte-americanos por algum tempo, se não até hoje. Enquanto o primeiro ministro Nikita Kruchev declarava, provocador, que "somos favoráveis a uma competição pacífica e nossos compatriotas já conquistaram vitórias.

Nosso caminho é justo e nesse caminho seremos vencedores", o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower apresentava uma justificativa insossa, afirmando que seu país não pretendia competir com nenhuma nação no domínio de satélite artificial.
Pouco depois, o embaixador americano na Organização das Nações Unidas (ONU), Adlai Stevenson reconheceu que os soviéticos haviam vencido no campo das pesquisas científicas espaciais.

Foi também a ex-URSS que lançou o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputinik 1, que significa Amigo Viajante. Ele foi lançado ao espaço no dia 4 de outubro de 1957. A ex-URSS obteve ainda as primeiras imagens da Lua, em 1959, com os vôos das naves Luna 2 e Luna 3.

Tantos êxitos, propagados pelo então primeiro ministro Nikita Kruchev, mexeram com os brios do povo americano, que deu o troco seguidas vezes depois.
A revanche não foi bem ao colocar o primeiro norte-americano em órbita terrestre, o que ocorreu em 1962, com John Glenn, que inclusive repetiu o feito em 2000, aos 62 anos de idade.

Os Estados Unidos ousaram e, depois de algumas tentativas frustradas, conseguiram pousar na lua a primeira nave e fazer com sua tripulação pisasse o solo lunar, trazendo material para pesquisa.
Os primeiros astronautas a pisarem na Lua, em 20 de julho de 1969, foram Neil Armstrong e Edwin Aldrin. Michael Collins, o terceiro componente da tripulação permaneceu no módulo espacial.

Só para adicionar mais um êxito na lista americana, não se pode esquecer de outro aniversário comemorado no dia 12. Há 21 anos, a nave espacial Columbia foi a primeira a voltar à Terra, aterrissando como um avião.
Talvez Gagarin tenha passado a imagem de alienação diante da corrida política das duas potências, mas acertou em cheio quando falou em paz.

Um dos pedidos feitos por ele, na época, foi para que a humanidade zelasse pela paz. Nada mais atual. A Guerra Fria acabou, mas a corrida armamentista deu lugar à disputa científica aparentemente pacífica.

Na semana passada, durante a Reunião do Sub-Comitê Jurídico da ONU para o espaço, em Moscou, o presidente russo Vladimir Putin, pediu a cooperação dos países-membros na luta pelo o uso pacífico do espaço, em conferência para mais de 250 delegados de cem países.

O tema fazia alusão à ambigüidade entre luta e paz : "O espaço sem armas, arena de cooperação pacífica no século XXI". O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, destacou que a maioria dos países apóia a iniciativa de aproveitar o espaço para a paz.

Não pôde dizer unanimidade, até porque não havia representantes norte-americanos e ingleses na reunião. Além disso, é público que os Estados Unidos querem implantar, no espaço, o projeto Nation Missile Defense (NMD), batizado de Guerra nas Estrelas.
O NMD nada mais é que um escudo a ser instalado no espaço aéreo norte-americano e no de seus aliados, capaz de destruir mísseis de longo alcance.

Concebido nos anos 80, durante o governo Ronald Reagan, o projeto, avaliam especialistas, provocará uma corrida armamentista e transformar a órbita terrestre num campo minado, com tecnologia bélica.
Evocando a arena de paz, Vladimir Putin presidiu na 6ª feira a cerimônia de comemoração dos 41 anos em que o primeiro homem ultrapassou a fronteira da Terra, sem qualquer tom de superioridade em relação aos feitos espaciais.

Até porque, hoje, a Rússia ainda é uma potência na área, apesar da derrocada do comunismo e de seu sistema econômico. Tanto que é o segundo maior colaborador do programa de construção da Estação Espacial Internacional, o maior laboratório espacial já projetado até hoje, com tripulação russa e americana.

Analisar a viagem de Gagarin, separada do contexto político, tanto da época como do atual, se faz necessário para entender o que ele fez e não é à toa que norte-americanos reconhecem a singularidade de seu êxito. "Ele nos chamou todos para o cosmos", disse Neil Armstrong sobre o astronauta russo.

Ninguém tinha dúvida sobre sua coragem, até porque nada se sabia sobre os efeitos de uma viagem espacial ao corpo humano. O próprio Kruchev quando recebeu a notícia de que a cápsula de Gagarin havia aterrissado perguntou se o cosmonauta estava vivo.

Yuri Gagarin nasceu em 1934, na parte central da Rússia. De família pobre, concluiu seus estudos na aldeia onde morava, Klúshino. Depois, foi para a escola de aprendizagem técnica, tornando-se fundidor de aço. Na escola média de Saratov freqüentou o clube aéreo e entrou na escola de aviação, sem apoio dos pais.

Quando soube do lançamento do Sputinik se sentiu atraído pelo cosmos e, quando o governo soviético anunciou o processo de seleção de astronauta, ele não dúvidas. Concorreu junto com 3 mil candidatos e passou por testes rigorosos depois de escolhido.

Por abrir as perspectivas da conquista espacial, seu êxito fez com que o governo fixasse a data como o Dia da Época Aeroespacial. Em 1962, para comemorar o primeiro aniversário da viagem, a equipe do Centro de Direcionamento de Vôos, cuja sede fica nos arredores de Moscou, preparou um filme documental chamado "Nosso Yuri".

A história é contada em forma de entrevista com o astronauta, onde ele expõe sua opinião sobre a conquista do espaço, fala de seus sonhos e planos futuros. Num dos trechos, ele mostra sua humildade, lembrando os que participaram do lançamento da Vostok e do colega norte-americano Glenn.

"Eu, como participante desta façanha, como testemunha do acolhimento entusiasmado deste grande evento pelo nosso povo, pelos povos de todo o Globo, gostaria nesta ocasião de manifestar os meus agradecimentos a todos aqueles que tomaram parte na criação do potente foguete que me levou à órbita.

No ano decorrido, a família de dois astronautas soviéticos - eu e Guerman Titov, cujo vôo durou 25 horas e possibilitou dar 17 voltar em torno da Terra - viu-se aumentada com o nosso colega norte-americano John Glenn. Estou seguro que a família dos astronautas vai aumentar de ano em ano".

As palavras parecem proféticas, mas talvez ele tivesse mesmo uma visão realista. Afinal, depois de desvendado o mistério de sobrevoar a órbita terrestre, o homem seguiria avançando mais, era sua análise. Mais palavras de Gagarin, no filme "Nosso Yuri", dão uma noção da grandeza de seu pioneirismo.

"Após 12 de abril de 1961, todos os acontecimentos, toda minha vida virou um evento único, indivisível. Tive encontros diferentes, tive a oportunidade de ver muitas coisas.
Durante um ano estive em 17 países, tive encontros maravilhosos com muita gente. Maravilhosos mesmo! Fiquei conquistado pelo seu entusiasmo, suas saudações, suas atitudes com o povo soviético, a quem se deve, no essencial, o primeiro vôo espacial pilotado".

Sua fama não foi breve. Mesmo sem fazer outra viagem ao espaço, num período de sete anos, o povo soviético ainda se lembrava de seu herói, que era o título de Gagarin para seus compatriotas. E eles provaram sua fidelidade enchendo as ruas de Moscou no dia de sua morte, em 27 de março de 1968.
Flâmulas com sua foto, vestido de uniforme militar, eram carregadas por toda parte. A URSS perdeu Gagarin num acidente aéreo experimental, que fazia parte de seus treinos para voltar à órbita.

Ele e o piloto-instrutor Vladimir Serioguin, estavam a bordo de um caça, quando 12 minutos depois da decolagem, e das comunicações de praxe com a torre, as mensagens cessaram. Um minuto depois, o caça havia caído. Horas depois, encontraram os destroços do avião e os restos mortais dos dois pilotos. As investigações não descobriram o motivo do choque.

Os equipamentos da aeronave funcionavam bem, não houve incêndio, nem explosão. Especula-se que algum obstáculo tenha surgido inesperadamente à frente do aparelho, precipitando uma manobra brusca que, por sua vez, causou o "vôo em parafuso".

O astronauta soviético veterano Vladimir Chatalov, certo dia, expressou o que significava para a Rússia a perda de Gagarin: "Yuri não está conosco. E mesmo assim ele continua presente em cada novo vôo. Milhares de pessoas participam hoje na exploração do cosmos.
E todas elas se lembram e se lembrarão sempre do nome do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, Colombo do Universo". (Lana Cristina).

fonte: http://www.radiobras.com.br/ct/2002/materia_120402_7.htm - 14k